Em jogo controlado, Brasil vence o Panamá
Por Ionara Lourenço*
Em sua estreia na Copa do Mundo de 2023, o Brasil encarou o Panamá em um jogo completamente controlado; as Guerreiras do Brasil venceram a partida por 4 a 0.
Se esperava uma partida de ataque contra defesa e assim foi, o Brasil pressionando o Panamá no seu campo de defesa, que por sua dificuldade técnica e por que não, nervosismo, não conseguia sair jogando. É a primeira Copa das panamenhas e elas têm tudo para evoluir e irão, é verdade, mas independente disso, o Brasil fez o dever de casa e também tem seu mérito.
Dos 4 gols das brasileiras, 3 foram de Ary Borges, estreando em sua Copa do Mundo. Desde 2003, com a Marta, o Brasil não via uma estreante em Copas marcando gols. Além disso, Ary entrou para o grupo seleto de brasileiras que marcaram o chamado “hat-trick” em Copas, colocando seu nome ao lado de nomes como Sissi, Pretinha e Cristiane e, mais entre homens e mulheres, é a primeira brasileira a fazer 3 gols em uma estreia de Copa. Bia Zaneratto marcou 1 gol, que no momento da partida foi o terceiro do Brasil, numa linda jogada coletiva.
Mas não dá para falar de um Brasil soberano no jogo sem falar do nome do jogo: Ary Borges, que fez 3 gols e deu 1 assistência.
Ariadina Alves Borges, 23 anos, natural de São Luís (MA), agora conhecida como Ary Borges por todo o Brasil, é meio-campista e atua no time norte-americano Racing Louisville FC (O GOL). Ary começou a carreira no Centro Olímpico em 2015, mas acabou se destacando pelo Sport em 2017. Foi para o São Paulo e lá conquistou o Brasileirão A2, segunda divisão do brasileiro. Em 2020, foi contratada pelo Palmeiras e no clube foi fundamental para a conquista da Libertadores 2022 até ir para o Racing Louisville este ano, 2023 (O GOL/G1).
Quanto à vida pessoal de Ary, ela foi criada com a avó dos 3 aos 10 anos sem ver os pais, dos quais ela não tinha lembrança. Aos 10 anos, ela saiu do Maranhão para São Paulo onde se reencontra com os pais. Em São Paulo, teve uma infância difícil, não tinha muitos recursos financeiros, mas o seu pai, em entrevista ao G1, destaca que sempre fez o impossível para que ela não perdesse aulas e/ou treinos (G1).
Histórias como a de Ary ainda ganharão seu destaque merecido e reconhecimento pelo povo brasileiro. A jornada do Brasil ainda está no início, assim como a de várias atletas que estão representando o Brasil nesta Copa.