Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

Ciência feita por elas: Mariangela Hungria, a brasileira que conquistou o "Nobel da Agricultura"

Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

Em tempos de crise climática, insegurança alimentar e necessidade urgente de soluções sustentáveis, o Brasil celebra uma conquista histórica: pela primeira vez, uma brasileira é reconhecida com o Prêmio Mundial da Alimentação — o “Nobel da Agricultura”. A engenheira agrônoma Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, entra para o seleto grupo de cientistas que transformaram a forma como o mundo produz alimentos.

Mas essa vitória vai além dos números — e eles são impressionantes. Estima-se que as soluções desenvolvidas por Mariangela estejam presentes em mais de 40 milhões de hectares cultivados, gerando uma economia anual de até US$ 25 bilhões para os agricultores brasileiros e evitando a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente. Seu trabalho há mais de três décadas foca na substituição de fertilizantes químicos por insumos biológicos, como os inoculantes — microrganismos que ajudam as plantas a absorver melhor os nutrientes do solo.

A cientista é também uma das pioneiras mundiais no uso da fixação biológica de nitrogênio, uma técnica que dispensa o uso de adubos sintéticos e transforma o nitrogênio do ar em alimento direto para as plantas. É tecnologia, ciência e compromisso ambiental andando lado a lado — e guiadas por mãos femininas.

 

A cerimônia oficial de entrega do prêmio será realizada em outubro, em Des Moines, nos Estados Unidos — sede da fundação criada por Norman Borlaug, o “pai da Revolução Verde”. Enquanto isso, por aqui, celebramos não só o reconhecimento, mas a representatividade.

Prêmio Mulheres e Ciência: o protagonismo delas na inovação

A conquista de Mariangela não acontece isoladamente. Em março deste ano, ela foi uma das homenageadas na 1ª edição do Prêmio Mulheres e Ciência, na categoria Trajetória, dedicada a cientistas com mais de 46 anos que fizeram contribuições significativas à ciência, tecnologia e inovação no Brasil.

Promovido pelo MCTI, CNPq, Ministério das Mulheres, British Council e CAF, o prêmio visa destacar e incentivar a atuação feminina nas ciências, reconhecendo desde jovens pesquisadoras até instituições comprometidas com a equidade de gênero.

O que Mariangela representa, portanto, é uma virada simbólica: o Brasil não só produz ciência de ponta — produz ciência feita por mulheres. E que impacta o planeta.

Ellas podem, sim. E elas estão fazendo história.

No Portal Mulher em Pauta, acreditamos na força transformadora da presença feminina nos espaços de decisão — sejam eles tribunais, assembleias, ou os campos e laboratórios do país. Quando uma mulher ocupa o centro das decisões, todo o ecossistema ao redor floresce.

Em tempos em que o protagonismo feminino ainda precisa ser reafirmado todos os dias, histórias como a de Mariangela não apenas inspiram — elas pavimentam o futuro. E que bom que ele está sendo construído com ciência, afeto e coragem.

 

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