A ministra Vera Lúcia foi barrada quando chegou na sede da AGU para participar do XXV Seminário Ética na Gestão Imagem: Bruno Spada/Câmara dos Deputados


Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Vídeo: Coalizão Nacional de Mulheres/Migalhas

Celebramos com admiração a competência, o brilhantismo e a força da Ministra Vera Lúcia Santana, que atualmente integra o Tribunal Superior Eleitoral.

Com uma longa e exitosa trajetória na advocacia, a Dra. Vera sempre esteve comprometida com a defesa dos Direitos Humanos, a proteção aos mais vulnerabilizados e com a incansável luta pela concretização dos direitos constitucionalmente assegurados aos cidadãos brasileiros.

Sua presença no TSE, ao lado da Ministra Edilene Lobo, constitui um marco do avanço civilizatório para o Brasil. Um país fundado sobre a exploração do povo negro e ainda profundamente marcado pelo racismo estrutural. Este racismo se manifesta cotidianamente – em agressões diretas e em microviolências que se manifestam através de atos de discriminação que permeiam a vida do povo preto deste país.

Recentemente, a Ministra Vera foi indevidamente constrangida ao tentar ingressar em um evento no qual era convidada de honra. Um funcionário terceirizado contratado para fazer a segurança criou entraves ao acesso da Dra. Vera de forma injustificável. O simples fato de uma mulher negra ocupar o lugar de protagonista, de autoridade, pareceu-lhe inadmissível. Este ato não pode ser dissociado do racismo que estrutura as relações sociais em no Brasil.

A conduta do segurança foi, sem dúvida, guiada pelo racismo e precisa ser reconhecida para que atos desse tipo possam ser combatidos com veemência – mas não basta apontar culpados individuais. Todos nós temos a nossa parcela de culpa nessa atitude e precisamos reconhecer isso. O racismo resiste com tanta força na cultura nacional porque ainda temos poucas pessoas negras nos espaços de Poder. E cabe a todos nós envidarmos esforços para mudar isso.

A presença de pessoas extraordinárias como a Ministra Vera na cúpula do Poder Judiciário rompe o pacto de silenciamento e desprestígio às pessoas negras, impõe mudanças de paradigmas e calibra o nosso olhar para um futuro melhor no qual a sociedade brasileira estará liberta do racismo.

Nós expressamos o nosso irrestrito apoio e profundo carinho à Ministra. E, sobremaneira, celebramos agradecidas a sua existência potente, revolucionária e corajosa.

No dizer de Carolina de Jesus e por intermédio de posturas como as de Vera Lúcia Santana, afirmamos: “Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é.”

E que assim seja!

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