Em mais um passo decisivo na luta contra a violência de gênero, o Ministério das Mulheres, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), lançou nesta semana o curso de formação para a implementação do Protocolo “Não é Não”. A iniciativa visa capacitar profissionais, gestores públicos e agentes culturais para atuarem na prevenção e no enfrentamento de casos de assédio e violência contra mulheres em festas, eventos e espaços de lazer em todo o país.
O curso faz parte de uma política pública mais ampla que reconhece a urgência de transformar os ambientes coletivos em espaços seguros para todas. O Protocolo “Não é Não”, inspirado em experiências internacionais e adaptado à realidade brasileira, estabelece diretrizes claras para acolhimento das vítimas, responsabilização de agressores e prevenção de situações de violência de gênero em ambientes festivos.
Educação como ferramenta de transformação
Com carga horária de 20 horas, o curso é totalmente gratuito, online e oferece certificação pela UnB, uma das mais respeitadas instituições de ensino do país. A formação abordará temas como o papel dos estabelecimentos, da segurança privada, da organização de eventos e do poder público na garantia da dignidade e segurança das mulheres.
Por que é urgente?
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada 4 brasileiras já foi assediada em festas ou locais públicos. O dado é alarmante e escancara a naturalização da violência de gênero em espaços que deveriam ser sinônimos de alegria, liberdade e convivência.
Com o Protocolo “Não é Não”, o governo federal dá um passo estratégico para mudar essa realidade, associando formação, política pública e cultura de respeito.
Um chamado à ação
A expectativa é de que, nos próximos meses, centenas de profissionais estejam aptos a implementar o protocolo em eventos de pequeno, médio e grande porte por todo o país.
Para além da capacitação técnica, a formação também busca promover uma mudança cultural: fazer com que a frase “não é não” seja finalmente compreendida como um limite inegociável e um direito básico.